Faltam escolas para deficientes auditivos

Ensino Superior
Faltam escolas para deficientes auditivos
Notícia disponibilizada no Portal www.cmconsultoria.com.br às 09:45 hs.
 
17/03/2014 - A inclusão social é hoje um dos temas mais debatidos na sociedade.
Apesar de aparecerem aqui ou ali alguns avanços, educadores e portadores de
deficiência acreditam que muitas barreiras ainda devem ser quebradas no meio
social. Uma delas se refere ao acesso de deficientes auditivos, por exemplo, ao
aprendizado em alguns escolas e instituições de ensino.

A pedagoga e mestre em educação Telma Franco desenvolveu uma pesquisa de
mestrado para mostrar as dificuldades que esse público tem para aprender,
devido a falta de ferramentas e recursos suficientes para isso, bem como
outros problemas que enfrentam em sociedade.

Para ela, essas dificuldades dizem respeito a falta de intérpretes nas escolas,
a falta de professores formados em libras para dar esclarecimentos a respeito
dessa linguagem, bem como a presença muito forte de uma cultura que
não é visual. Para Luan Carneiro, 17 anos, estudante e portador de deficiência
auditiva, ainda é difícil a troca, surdo e ouvinte, por isso muitas dificuldades
ainda são encontradas. "Sinto que vou ter muitos problemas quanto a isso,
mas quero que essas barreiras sejam sanadas", declara.

A pesquisa foi realizada durante um ano na Unidade Escolar Matias Olímpio,
zona Norte de Teresina, que se destaca no aprendizado para surdos,
mas onde também foram encontrados problemas sociais envolvendo os
deficientes auditivos, como por exemplo, o bullinyg. "Passamos esse tempo nos
envolvendo com eles e confirmamos que existe esse tipo de manifestação.
Os mais vistos, são sorrisos, comentários maldosos e a própria negação do outro",
comenta Telma.

Além da escola citada, outros poucos centros dispõem de instrumentos
que possam possibilitar o aprendizado. O Piauí, segundo Telma, está bem
atrás de ter e oferecer uma modalidade mais avançada, se comparado
a outros locais, onde este público possui inúmeras possibilidades.

Um reflexo desta realidade recai sobre o próprio portador da deficiência.
Além do preconceito no seio social, muitos não conseguem chegar
nem ao ensino superior. Os deficientes visuais ainda tem melhor chance
de aprender e fazer cursos superiores do que os deficientes auditivos.

Segundo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
realizado em 2010, o Piauí tem uma grande demanda de pessoas com
algum tipo de deficiência. Os números chamam atenção e devem alertar
governos e autoridades para o conceito de inclusão social.

Os deficientes auditivos representam 42.005 do total da população de
Teresina que é 814.230. Já os portadores de deficiência visual estão em
maior quantidade. Eles chegam a representar um total de 171.184 ou 21%
da população.

No censo foram investigadas ainda as deficiências motoras e mental/intelectual.
Conforme a pesquisa em Teresina são 212.243 pessoas com uma das
deficiências investigadas (26% da população), sendo 87.135 homens e
125.108 mulheres. Significando que, 71.085 pessoas têm mais de uma deficiência.

Na conclusão de sua pesquisa de mestrado sobre bul-linyg, Telma Franco
apresenta algumas alternativa para a mudança do quadro encontrado hoje
na sociedade. A primeira é a oportunidade da linguagem de libras para todos
e depois uma metodologia que valorize o espaço visual.

Também são apresentados, a valorização das libras escritas na redação,
a presença de legendas nos filmes conforme a linguagem deste público
e a necessidade de o professor ter a capacidade de trabalhar com a questão
da escrita em sala de aula.

Fonte: Diário do Povo do Piauí - Teresina/PI

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