Encontrei estas anotações.
Considerei importante compartilha-las.
Entrevista com o casal:
Marise Calazans e Teodomiro Schramm
Marise e Teodomiro se
conheceram numa sala de bate papo via celular.
Em determinado ponto da
conversa Marise contou que possuía 1.15m de altura (portadora de nanismo).
Naquele momento Marise achou que havia “espantado” o candidato mas não, ele
saiu de sua cidade Alagoinhas (90 km de Salvador) e foi conhece-la pessoalmente.
Qual a surpresa de Marise
quando deparou com rapaz de 1.75m ! A família de Marise tem estatura normal
(sem histórico de nanismo na família): os pais e as 5 irmãs, somente ela nasceu
com a mutação genética, e segundo a própria, sempre foi muito protegida pelo
pai, que inclusive criou obstáculos em relação a Teodomiro. O rapaz teve que de
certa forma provar suas boas e sérias intenções.
Foram 8 meses de namoro
até o casamento.
Marise havia superado
muitos preconceitos ao longo dos seus 32 anos (até conhecer Teodomiro), período
em que nunca namorou (e achava que jamais encontraria um companheiro). Com sua
perseverânça se tornou bancária e possui emprego que gosta muito: os colegas
de trabalho entendem suas limitações e ela aprendeu a conviver com as
limitações das pessoas.
No dia 18 de janeiro de
2007 eles se casaram.
Para uma boa
convivência várias adaptações tiveram que ser feitas na casa: interruptores e porta chaves ficaram
numa altura acessível para Marise; no banheiro
as prateleiras baixas pertencem a Marise enquanto as altas a Teodomiro; na cozinha encontram-se (a meu ver) os
maiores obstáculos – utilizar uma escadinha para alcançar a bancada da pia não
é o modo mais adequado de utilização deste espaço por pessoa portadora de
nanismo, pois os riscos de queda são evidentes.
Superados preconceitos
(total ou parcial/mente) o casal tem mais um sonho, ter um filho. Não existe
problema clínico aparente (segundo o médico especialista em reprodução
assistida), mas a criança tem 50% de chances de nascer com nanismo. Mais
preconceitos e alguns medos por parte do casal. Mas é possível através da
reprodução assistida ter um filho com estatura normal, com fertilização “in
vitro” e seleção de embrião sem o gen do nanismo. Atenção: é um tratamento caro
! São possibilidades da medicina.
Minha observação: Esta casa é uma casa onde é
preciso pensar num “desenho universal”: Pessoas com estaturas diferentes, com
necessidades especificas devem conviver bem no mesmo espaço, neste mesmo lar !
anotações feitas por Lourdes Luz
Comentários