Diário de bordo ou Vivências?

Templários - Tomar, Portugal
Após um planejamento de seis meses estou saindo para uma viagem de férias, ao lado de meu marido e um casal de amigos, nem acredito! Rumo à Portugal!


Como educadora não posso deixar de ter uma observação mais apurada do cotidiano, e esta se faz mais presente quando se tem um motivo. No meu caso, é minha querida amiga Marina, que apresenta dificuldades de locomoção (ela é uma cadeirante). Chegando ao Galeão, dentro do embarque, sentimos a falta de nivelamento do chão quando se passava de uma área para outra, com malas e casacos. Acabei por um pequeno momento empurrando sua cadeira e quase capotei num desnível pequeno e idiota, um susto para mim!... para ela então...!


Nossa próxima parada no aeroporto é no banheiro, claro! Amigas que se prezam não deixam de ir ao banheiro juntas, até porque é momento em que podemos colocar o papo em dia. Não sei por que, mas, é onde nos sentimos livres e realmente capazes de falar sobre tudo e assunto não falta! Ao lavarmos as mãos reparo mais uma vez nas dificuldades que Marina tem que enfrentar. Ela não consegue alcançar a torneira. Banheiro de um aeroporto internacional... Como será com as paraolimpíadas?


Próximo passo, a entrada no avião, foi o momento em que Marina teve todas as atenções e cuidados, era ela e mais cinco idosos com dificuldades de locomoção. A viagem transcorreu tranqüila e muito prazerosa! No entanto, na saída do avião, ficamos por últimos, congestionou o carrinho especial de locomoção, como só ela não tinha nenhuma mobilidade, ficamos isolados e chegamos à esteira quando só tinham as nossas malas abandonadas. Situação “sem graça”!


Alugamos um carro Eco Sport, para caber malas e a cadeira, sabíamos que todos nós tínhamos que levar malas pequenas, ai Meu Deus! Onde arrumar meus casacos e blusas de lã...? O primeiro passeio foi ao Museu Castelo de Ouro em Mafra, não tinha acessibilidade, era só escada, Marina não pode nos acompanhar e ficou sozinha no carro. Como ela já está acostumada, ficou bem, mas eu, não! Ao retornarmos contamos tudo com fotos e comentários.


Depois, partimos para Óbidos, uma cidade medieval linda! Não nos deixaram passar com o nosso carro. Mas, havia uma rua de pedras, que permitia a cadeira de rodas fosse deslocada sem problemas, embora os desníveis das subidas e descidas proporcionassem certo cansaço para quem tinha que dirigi-la. Nesse passeio, observei que as crianças paravam e davam passagem com bastante atenção, já os carros, não! Seguiam a regra da preferência, do carro ou da cadeira de rodas.


Uma última observação: apesar do cuidado da cidade medieval com a trilha acessível, o que demonstra certa preocupação com os cadeirantes, as lojas e nem os restaurantes tinham rampas. Com relação ao restaurante, tínhamos que escolher o menos pior.


Amanhã, falo mais.

Alice.

escrito por Tânia Katia Werneck Gama a partir de experiência real

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